sexta-feira, 4 de julho de 2008

Dia 3

As luzes da cidade

Hoje foi o primeiro dia de aula, e pra variar foi muito engraçado, um dos meninos que estou dividindo o apartamento fez com que a aula ficasse mais engraçada ainda. O pessoal da faculdade foi muito simpático com a gente e nos fez sentir muito bem.

Hoje também foi o primeiro dia em que saímos para as festas daqui, fomos a uma boa vinda feita pela faculdade. A festa começou com um jantar servido as oitos e se prolongou por toda a noite transformando o ambiente em uma balada. É incrível a visão que o pessoal daqui tem de nos, acha que o Brasil e só putaria e samba (ops! Não é?) a noite toda foi regada a samba e funk, ambiente totalmente diferente para mim, porem me arrisquei a dançar alguma coisa (muito mal por sinal). Depois de algumas dança e até um trenzinho igual daqueles de festa junina puxado por mim a idade começou a pesar, apesar de ter apenas 20 anos, não consigo acompanhar o animo do pessoal.

Decidi ir embora, mas ao invés de ir direto para o apartamento dei algumas voltas pela bela Rosário, e incrível como numa plena quarta-feira a cidade fica alvoroçada, todos os estabelecimentos cheio, gente que não para de chegar, inúmeras casas de show e restaurantes todos lotados. Mas me faltava disposição para continuar meu passeio solitário, então resolvi voltar para o apartamento.

Fiquei da sacada admirando as luzes da cidade que falavam alto demais, como e belo, um caos frenético em plena meia-noite e o mais fantástico e que essa correria só parece aumentar. Eu um garoto vindo de um fim de mundo como Piracicaba não acostumei com tudo isso.

Outra coisa que me chamou a atenção é de como o povo argentino é socialista, de como o povo tens fascinação pelos ídolos do socialismo, como o baiano disse “o pessoal e quase neonazista”. Todos os postes e monumentos têm frases e grandes nomes, locais que são multinacionais são depredados pelos socialistas. Mas nem com isso a cidade deixa de ser mais bela.

Eu estou aqui mais uma noite sozinho no apartamento, enquanto todos os outros estão a divertir na “baladinha”. Acho que eles vão esticar a noite em uma boate de salsa, mas minha velhice não permite acompanhá-los (isso porque só tenho 20 anos). Prefiro ficar aqui com a companhia desse velho notebook e ouvir algumas musicas. Ate as musicas que eu ouço em Piracicaba soam melhor aqui, talvez seja pela grande multidão que avisto logo abaixo de mim.

Dizem que faz frio aqui, mas estou aqui na sacada iluminado apenas pela luzes de outdoors e fachadas ao meu redor e não sinto nem um pouco desse frio. É interessante como esse blog e uma terapia, alguns minutos aqui consigo suprir a falta de inúmeros sentimentos, como amor, amizade e carinho, coisas que só posso encontrar de verdade ai.

Sexta feira vamos conhecer os pontos mais interessantes daqui de Rosário, espero no caminho encontrar uma casa de shows de Heavy Metal, só agora eu vejo a falta que essa merda me faz. Pretendo ate sexta montar uma galeria com as imagens da minha viagem por aqui.

Tenho que ir agora fazer minha primeira lição de casa (quanto tempo num tinha isso) e ver se durmo um pouco, pois os dias aqui são muitos cansativos. É incrível que as coisas aqui não parece ter fim. No exato momento em que escrevo esta parte chega um dos moradores do nosso apartamento extremamente bêbado contanto suas aventuras amorosas na balada, logo atrás a comitiva dos bêbados, será que eu era tosco assim quando bebia?

Eles insistem a sair mais ainda, desejo a eles muita sorte pois eu fico aqui escrevendo e vendo os neons que brilham nos outros prédios. Eles parecem piscar de uma forma simétrica, parece uma dança organizada, mesmo algumas das letras não pegarem. Amanha pretendo sair por ai, de preferência sozinho de novo, pois somente assim conseguirei entender as coisas.

Bom dia a todos de Brasil, são 1:30 da manha e tenho que deitar para ter forças para amanha.

Por João Lopes

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