Em terras inimigas
Já era dia de acordar, arrumar as bagagens e seguir através das fronteiras, para assim chegar a nosso ponto final. Saímos do albergue a procura de taxis que pudessem acomodar as inúmeras malas, enquanto procurávamos fomos surpreendidos por um senhor que ofereceu seu ônibus jardineira para nos levar até a rodoviária. Lá fomos nos naquela incrível maquina pilotada por um simpático senhor de uns 80 anos, outra viagem que nos rendeu inúmeras alegrias.
Chegamos à rodoviária prontos para seguir nosso caminho e atravessar a fronteira, o nosso ônibus leito já nos esperava para seguir adiante. Todos acomodados partimos deixando de vez o Brasil, no meio da viagem fomos surpreendidos por dois jovens que perguntaram nossa nacionalidade e o motivo da viagem. Por incrível que pareça os dois também estava na mesma que a nossa, iríamos todos rumo a Rosário estudar espanhol. A partir desse momento duas novas pessoas entrariam para o nosso grupo, formando assim 10 malucos que iriam encarar a vida em outro país sem saber de nada.
A viagem de Foz do Iguaçu até Rosário foi bem engraçada, conhecemos um motorista com a cara do Dede Santana, um chileno que doou para nos um vinho vindo diretamente da frança (morri de raiva, pois não pude apreciar aquela bebida) e um francês poliglota. Na nossa longa viagem de 17 horas fomos servidos com uma deliciosa lavagem na qual eles chamam de janta, alem de doses de uísque e champanhe (mais uma vez odiei eternamente aquele maldito medico que me deu aqueles malditos remédios). Agüentei firme e tentei descansar um pouco, mas isso não foi possível, não sei o porquê, mas nunca consigo dormir bem em um ônibus. Às oito horas da manha estávamos em Rosário, e o sol ainda não tinha dados as caras, isso mesmo oito da matina ainda é noite na argentina. Porem novamente toda a viagem foi recompensada.
Após algumas explicações já estávamos dentro de nosso apartamento, um lindo quarto de hotel com direito a aquecedor, banheira e televisão a cabo. Dessa vez assumi a liderança e tomei posse do quarto que possuía maior espaço e cama de casal, sim eu estou dormindo sozinho em uma cama de casal com um banheiro com banheira.
Com as malas deixadas nos apartamentos saímos conhecer a cidade nos perder por ai. Fomos ao centro almoçar e conhecer um pouco da lindíssima cidade de Rosário, que parece mais um país europeu. Bastaram apenas alguns minutos para perceber que a língua espanhola e muito mais que um simples “hola” ou mesmo um “gracias amigo”. Fui o primeiro do apartamento a organizar minha mala, os outros cincos são muito bagunceiros, por incrível que pareça. À noite fomos a um rodízio de pizza (e eu que eu achava que iria emagrecer alguns quilos por aqui) muito meia boca por sinal, e novamente passei vontade ao ver todos beberem as incríveis cervejas de um litro (Quilmes, Stella Artois e aquela que parece nome de corredor de formula um). Após toda essa comilança fomos a uma casa de chá degustar alguns cafés, e eu fui de soda e Te (chá preto argentino, na qual estou viciando).
Na casa de chá apareceu um menino de rua que me chamou muito atenção, um garoto com nome de Diego assim como do craque argentino Maradona, ele veio ate nós vender lenços de papeis coisa que não interessava a ninguém, ao conversar com ele dei lhe uma moeda de 10 centavos de reais dizendo que lhe traria sorte, com isso conquistei a confiança do garoto, que começou a brincar com a gente, e em um determinado momento o menino imitou o Stallone perfeitamente. Ao terminar sua imitação de Rocky Balboa disse a ele que era um grande artista, a partir disso o garoto começou uma seqüência de imitações muito perfeitas, fazendo me lembrar do filmes mudos de Charlie Chaplin.
Depois desse cansativo dia, volto para meu apartamento para descasar um pouco, e ver o que a linda Rosário me oferecerá amanha. Estou escrevendo esse sentado em minha cama quentinha enquanto lá fora o frio castiga os que ousam caminhar nas ruas gélidas da Argentina. Já são quase três da matina, todos meus companheiros já estão dormindo porem eu estou aqui escrevendo mais um dia da minha aventura em outro país.
P.S: Era para mim começa minha historia fictícia hoje, mas não sou de ferro tenho que dormir também, mas prometo que amanha começarei minha engraçada novela da vida real (eita clichê ruim)
Abraços a todos. Não sabiam que a distancia causava tantas saudades.
Por João Lopes
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